quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Feliz Dia da Proclamação da República!!!

  como se isso valesse alguma coisa...


olha, D.Pedro  proclamando a independência!!
É dia 15 de novembro, um dia muito especial (que é claro você não dá a mínima), pois à exatos 123 anos, fora realizado um golpe de estado que destitui o imperador Dom Pedro II e impôs o governo republicano ao Brasil! (curioso é que levou 104 anos até que eles resolveram perguntar se o povo queria mesmo isso...)


Sei que no Brasil não existe patriotismo, ou mesmo identidade nacional (a não ser quanto é Copa do Mundo, é claro, e isso só se a seleção estiver ganhando...), ou mesmo qualquer importância com qualquer questão relativa ao nosso país, e que aqui mais se importa com qual puta atriz pôs silicone ou vai sair na Playboy, mas acho interessante saber quem foram aqueles caras que deram nome para as ruas de nossas cidades. rsrsrs




Forma de governo: funciona aquela que enche o estomago (ou melhor a carteira...)


Uma coisa se pode observar em todos os países: a forma de governo é mantida enquanto esta está agradando o povo (leia-se "a camada superior da população", ou seja os ricos, porque povão mesmo é só massa de manobra, não tem, nunca teve e nunca terá qualquer participação real no governo de qualquer nação, se você pensa o contrário... é bom ser inocente né).


Bom essa história toda do Brasil se tornar uma república começou (como sempre que ocorre mudança de governo em qualquer país) quando os ricos da época (século XIX) começaram a se sentir que o governo já não defendia seus interesses.


Bom o fato é que o Brasil já tinha um partido republicano (que insistia em dizer que o Brasil deveria mudar sua forma de governo) quase um século antes da proclamação, porém ninguém tava nem ai pra ele, muitos até os perseguiam, foi só quando o governo imperial começou a "pisar na bola" com os riquinhos que o partido começou a ganhar filiações, patrocínio e começou a aparecer um pouco mais...


Um dos pontos que incomodou os novos republicanos foi a Abolição da escravatura (que ocorreu um ano antes, por intermédio da princesa Isabel, filha de D. Pedro II, e herdeira do trono brasileiro), lembrando que os brasileiros ricos da época eram fazendeiros, e que as fazendas dependiam (e muito) do trabalho escravo para maximizar seus lucros, eles acabaram no prejuízo... E mexeu no bolso de um rico (bem, na verdade, de qualquer um), ele fica zangado!


Logo os riquinhos buscaram aliados para sua vingança contra o governo, e perceberam certo descontentamento com o imperador também entre o clero católico e o Exército.


Enquanto isso, um dos caras que mais tarde viraria nome de rua (embora pouco conhecido), um tal de Alfonso Celso de Assis Figueiredo, mais conhecido como "O Visconde (não, não é o personagem do Sitio do Pica-Pau Amarelo!) de Ouro Preto" tentou convencer o Imperador a fazer algumas reformas politicas pra melhorar a situação político-econômica de nosso amado império, sem nenhum resultado é claro...

Um brasileiro (provavelmente nordestino) que acreditou que melhoraria de vida com a carreira militar...

A "Questão Religiosa" e a "Questão Militar"


Ah, acho que vale falar (ou escrever??) o por que de católicos e militares estarem putinhos com o imperador né, bem ai vai:


  • Católicos: o principal fato de desgosto por parte da Igreja com o senhorzinho imperador ocorreu em 1872, quando o papa declarou que maçons deveriam ser excluídos da Cristantade, como D. Pedro e praticamente todo o governo eram maçons, o imperador não permitiu que tal decisão fose ratificada no Brasil, e dois bispos que resolveram obedecer o papa ao invés do imperador foram presos como exemplo que no Brasil D. Pedro mandava mais que São Pedro (entendeu o trocadilho?). Embora o Duque de Caxias (vulgo Luis Alves de Lima e Silva, antepassado do Lula), que também era maçon, tenha convencido o Pedrinho  a liberar-los depois de um tempo e algumas torturas.
  • Militares: cerca de 20 anos antes da proclamação, havia ocorrido a chamada ¨Guerra do Paraguai¨ (pra quem não sabe, ou seja todo mundo, foi uma guerra quando o Paraguai ficou com medo que o Brasil, devido a sua, acredite se quiser, superioridade militar, começasse a se impor na politica de seus vizinhos menores, o que de fato fazia com o Uruguai, e então invadiu o estado do Mato Grosso, que na época era bem maior do que hoje, então Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para colocar o Paraguai no seu devido lugar), nesta guerra o Exército se esforçou bastante e acabaram se tocando que o império não dava a mínima pra eles, ou seja eles arriscavam a vida enfrentando os estrangeiros que atacavam nosso país, (e atacando e perseguindo os rebeldes republicanos também), porém os militares não tinham qualquer prestígio para com o governo ou a sociedade brasileira. A carreira militar não era valorizada, eles eram mal pagos, dificilmente conseguiam promoções, não podiam expressar suas opiniões publicamente, o império dava mais importância pra Marinha do que pra eles e o pior: eram civis que mandavam no exército, pois os ministros e conselheiros das áreas militares eram simplesmente indicados pelo imperador, e este colocava nos cargos seus amiguinhos, que na maioria nunca nem sequer haviam entrado em um quartel. E o pior é que com o contato com nossos hermanos, os militares se tocaram que numa República o exército parecia ser melhor valorizado... (preciso explicar ainda mais por que eles mudaram de lado?)


A proclamação em si...


Então, depois de muitas reuniõeszinhas nos clubinhos republicanos que se abriram em diferentes pontos do Brasil (quase todos no Sul e Sudeste...), finalmente chegaria o dia da Revolução, que na verdade estava programado para o dia 20 de novembro (sabe-se lá o por quê!), mas como já no dia 14 estavam rolando uns boatos que o imperador tinha descoberto a drama toda e estava mandando prender os "rebeldes", assim eles, se borrando de medo, resolveram adiantar e fazer esse troço ai logo. 


Os "revolucionários" escolheram o marechal Deodoro da Fonseca para liderar o golpe, ele não quis, mas insistiram e ele aceitou. 


Agora a emocionante história da revolução republicana no Brasil:


Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, na cidade do Rio de Janeiro, capital do império, o marechal Deodoro da Fonseca saiu de sua casa e seguiu com seus aliados até onde fica hoje a chamada Praça da República, onde ficava o Comando Central do Exército (e também fora onde, 67 anos antes, D Pedro I fora coroado, tornando o Brasil um império), ali ele ordenou aos soldados que se rebelassem e depois... voltou pra casa (pior: isso não é piada, é sério!).


Seguindo às ordens do marechal, os soldados seguiram até o passo imperial, como se fosse um desfile militar, tomaram o Ministério da Guerra, e ordenaram a prisão dos
seus lideres e daqueles que não aderiram a "Revolução". Por falar nisso, o presidente do conselho de guerra era o Visconde de Ouro Preto (que foi mencionado no texto ali em cima, tentando convencer o imperador a fazer reformas sociais). Neste episódio teve o único ferido da "Revolução": José da Costa Azevedo, vulgo Barão de Ladário, que era o Ministro da Marinha; ele resistiu a ordem de prisão e levou um tiro, mas ficou bem.


Aqui começam a aparecer as pessoas com nomes de ruas, o primeiro deles foi o general Floriano Peixoto (fala se não tem uma rua com esse nome na sua cidade!), que era o chefa da guarda do passo imperial e passou a liderar os revoltosos à partir dali, apesar do Visconde de Ouro Preto (sempre fiel ao imperador!) tentar lhe convencer a mudar de lado.  

Bom, depois de tudo feito, o marechal Deodoro da Fonseca reaparece, acompanhado de seu aliado, o tenente-coronel Benjamin Constant (outro que virou nome de rua), e todos juntos naquela tarde proclamaram a República! Mudando inclusive o nome do pais para República dos Estados Unidos do Brasil (sim, desde o começo o Brasil era paga-pau dos EUA), e até queriam mudar a bandeira (outra prova que eram paga-paus dos americanos, olha  a bandeira que eles queriam):

Brasil, ontem e sempre pagando pau pros americanos...


Então, durante a noite foi redigida (em total segredo), por um tal de José do Patrocínio, a proclamação oficial da república, que fora publicada nos jornais que apoiavam a causa no dia seguinte.


D. Pedro II, que estava viajando à Petrópolis e (assim como o Lula) não sabia de nada, e pensou que os militares só tinham despojado o tal Visconde de Ouro Preto e queriam um novo ministro da Guerra, aproveitando isso, os "revolucionários" foram fofocar pro Deodoro da Fonseca que D. Pedro queria nomear seu rival, um tal de Gaspar Silveira Martins para o cargo (sendo que na verdade o imperador pensou em José Antônio Saraiva, o que daria na mesma, por que hoje ninguém sabe, nem se importa, com quem quer que fosse qualquer um dos dois...), isso bastou para que o marechal decidisse entrar de cabeça na "revolução", ele aceito se tornar o primeiro presidente da república e mandaram uma carta pro imperador lhe informando do que tinha acontecido na capital.


No dia seguinte (acho que era 17...), ao saber do golpe, o Imperador... não fez nada e aceitou ser expulso do país e voltar para a Europa com sua família.


O povo brasileiro, que naquela época igual que hoje já não dava a minima pra política, simplesmente aceitou o que aconteceu e seguiu com suas vidas, até por que, na prática mesmo, não mudou nada pra maioria deles.


Ah sim, ate ouve algumas revoltas contra a Republica, que preferiam que continuasse o império, mas elas foram feitas apenas pelo povão mesmo (tipo a "revolta" de Canudos, liderada pelo tal Antônio Conselheiro), que embora até resistiram um pouco, foram massacradas pelo Exercito, que contava com apóio e patrocínio dos burgueses.


Uma Conclusão

Muitos reclamam que os governos (independente se for o de Barack Obama, Ahmadinejad, Hitler ou Vladimir Putin) governam mais para os ricos do que para os pobres (que são maioria em todos os países), mas meu é só pensar na história, eles tem que agradar mesmo é os ricos, por dois motivos:

Primeiro: são eles que pagam mais impostos e portanto, eles que pagam os salários dos governantes;

Segundo: São eles que tem condições de patrocinar revoluções e golpes de estado que definem a forma de governo.

Por isso, pra manter seus empregos, os governos tem que agradar quem realmente manda no país, ou seja, quem tem din-din!


Curiosidade digna de Dan Brown


Bem, muitos falam que os EUA foram um país feitos por maçons e isto é base de muitas teorias de conspiração na qual eles querem dominar o mundo, mas curiosamente e que o Brasil também.

Pois o marechal Deodoro, assim como seus companheiros eram todos maçons. Ou seja eram eles que mandavam no Brasil, e provavelmente ainda mandam.

A segue a lista dos principais "amiguinhos" do Deodoro que inspiraram nomes de ruas:

  • Floriano Peixoto (um tenente-coronel do exército, líder da guarda do Conselho de Ministros do Império que se recusou a atacar os "revolucionários" e passou para o lado deles, isso lhe valeu o cargo de vice-presidente do governo-provisório de Deodoro da Fonseca, e depois, em 1891, ele próprio foi eleito presidente da república);
  • Benjamin Constant (engenheiro militar que liderou as tropas republicanas, virou ministro da guerra na república e criou a faixa "Ordem e Progresso" da nova bandeira nacional);
  • Quintino Bocaiuva (um jornalista que não fez nada, apenas apoiou e "ajudou a disseminar" os ideais republicanos, sendo o único civil a acompanhar os militares no "golpe", depois, na república, virou ministro de relações exteriores e da agricultura, comércio e obras);
  • Rui Barbosa (um intelectual, com mais formações do que eu quero escrever, que já tinha apoiado o abolicionismo e resolveu embarcar nesta também, virou ministro da fazenda na república e foi coautor da nova constituição, junto com Prudente de Morais);
  • Prudente de Morais (um advogado, outro que não fez nada além de "promover e defender os ideais republicanos", depois fez algumas coisinhas, como ajudar na criação da nova constituição);
  • Campos Sales (outro advogado que "defendia e difundia os ideais republicanos", porém teve uma considerável carreira política no império, proclamada a república virou ministro da justiça);
  • Aristedes Lobo (um dos jornalistas que fundaram o jornal "A República", quase 20 anos antes da proclamação, o qual foi o principal meio de divulgação e apoio dos ideais republicanos em nosso pais, sendo ele um dos que difundiam a ideia de mudança de governo, na republica virou ministro do interior);
  • Demétrio Ribeiro (engenheiro, professor e jornalista, foi um dos fundadores do Partido Republicano no Rio Grande do Sul, e de um jornal também, com os quais, adivinha, "defendia e difundia os ideais republicanos", na republica virou ministro da agricultura).



 Resumindo, a maioria deles não fez muito mais do que falar demais, ter amizades com as pessoas certas e estar no lugar certo à hora certa... Isso é Brasil minha gente!
Agora se você quiser saber mais e melhor o que cada um deles fez de importante (ou não) para nossa história vai ler na Wikipédia! 




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